A morte sempre é um caso um tanto complicado, mas quando é anunciado via midias sociais nos faz pensar nas mudanças que o mundo moderno tem nos imposto, com ou sem o nosso consentimento: a rapidez da informação que recebemos agora, mais do que nunca, requer ação na mesma proporção.
Casos de suicídios não são tão distantes de nossas realidades quanto imaginamos, certamente todo mundo ja ouviu alguma historia de suicídio, mas o que mudou é que antigamente as notícias sobre eles eram mais restritas. Famílias que tinham casos de suicídios entre seus membros escondiam as informações, por tristeza ou por vergonha. As mensagens de suicidas, que antes eram escritas em longas cartas, hoje são declaradas em poucos caracteres, muitas vezes diretos, outras de forma subjetiva, mas estão la na internet, expostos publicamente para todo mundo ver, quase no mesmo instante da morte.
Quem não ouviu falar dos casos de Marisa Mitsue Toma, Simone Back ou Tyler Clementi?
Essas pessoas, de uma forma ou de outra, pediram ajuda via mídias sociais, “gritaram” na rede para todo mundo ouvir suas intenções, numa tentativa desesperada de que alguem as impedisse de fazer o que fariam. Mesmo com seus milhares de amigos cada uma, nenhuma dessas pessoas teve voz para se fazer ouvir. Nenhum de seus amigos interviu para saber se algo estava errado. Mesmo com toda a tecnologia disponível para se chegar até esses suicidas naquele exato momento, ninguém sequer tentou. A rapidez da informação não gerou rapidez na ação.
Será que ninguém poderia ter mudado essas histórias? A informação imediata sobre a vida e sobre as pessoas nos faz assumir uma nova responsabilidade de rapidez na tomada de atitude também. A velha Lei da Ação e Reação nos obriga a sermos ainda mais rápidos hoje com a tecnologia. Uma carta suicida anos atrás demoraria dias para ser achada, lida ou entendida, mas hoje, 140 caracteres estão a todo instante em nossa frente. Estamos recebendo todas essas infomações alegres e tristes, fúteis e úteis o tempo todo, quase em tempo real, mas o que estamos FAZENDO com essas informações? Estamos simplesmente esperando que elas passem por nós e não nos modifiquem como seres humaos, não nos atinjam, não nos comovam? Até quando continuaremos ouvintes passivos e quando nos tornaremos seres capazes de usar a tecnologia para intervir na JÁ realidade? E para se pensar…
Também e para se pensar o fato de termos um milhão de amigos online e nos momentos mais difíceis não podermos contar com nenhum. Não seria então uma distorção de valores do mundo moderno? Será que estamos trocando a qualidade pela quantidade? A proximidade real pela distância virtual, numa sensação de perspectiva distorcida, de que quem esta longe geograficamente está perto o suficiente virtualmente? Quantos amigos reais e verdadeiros temos nas mídias sociais? Quantos dos nossos contatos vão realmente notar nossa falta, sentir nossa saudade? Quais os valores e os sentimentos em relação a amizade para as futuras gerações?
Sem dúvida há muito o que se pensar, porque realmente o mundo está mudando e estamos mudando com ele, querendo ou não. Mas, se não podemos deter a mudança, ainda temos a escolha de MUDAR POSITIVAMENTE, deixando um legado de valores saudáveis e éticos para as próximas gerações. Como já disse Gandhi: “Seja a mudança que voce quer ver no mundo”. Receba as informações, ineteraja com elas, tenha opinião, lados, escolhas, personalidade e não deixe a tecnologia esconder seus verdadeiros valores de amizade, solidariedade e amor. Seja sim tecnológico, mas sem deixar de ser HUMANO.
Se você tem amigos de verdade reais ou virtuais, ligue para eles, abrace-os e deixe o nome deles nos comentários desse post. Eles se sentirão felizes por saber o que você sente por eles 🙂